segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

“Viver” como verbo de ligação


Ao afirmarmos que o verbo “viver” se classifica, também, como verbo de ligação, urge-nos retratar acerca de sua predicação. Dessa forma, torna-se providencial afirmarmos que ele se classifica como intransitivo no sentido de “durar, ter vida ou existência, subsistir, comportar-se”: O cão ainda vive / Vive tranquilamente. Classifica-se como transitivo direto no sentido de “passar a vida”: Vivemos uma vida agradável; e transitivo indireto no sentido “viver de, sustentar-se de”: Vivia da ajuda de seus pais.
Contudo, vale mencionar que, além dessas classificações mencionadas, tal verbo pode ser considerado como sendo de ligação, ora retratando a ideia de “estar sempre”, como em: Ele vive preocupado / O garoto vive falando alto.
Diante dessa afirmação, eis uma boa oportunidade para repensarmos os conceitos um tanto cristalizados no que se refere aos chamados verbos de ligação, muitas vezes materializados na decoreba “ser, estar, permanecer, ficar”. Partindo para uma análise linguística mais apurada, temos que se o verbo é de ligação, ele automaticamente liga o sujeito a uma qualidade – atuando, assim, como predicativo do sujeito. Outro aspecto que devemos nos ater é que sempre esse predicativo irá concordar em gênero e número com o sujeito, ou seja: Eles vivem preocupados / Ela vive preocupada.
Desse modo, analisemos estes enunciados:
A professora vive alegre. 
Você vive cansado. 
Temos que ambos os predicativos, “alegre” e “cansado”, conferem uma qualidade aos sujeitos “a professora” e “você”.
Aproveitando a oportunidade, sobretudo porque estamos falando da análise contextual, vejamos outros verbos que ora podem ser de ação, ora de ligação. Para tanto, servimo-nos de alguns exemplos:
O pescador virou o barco – nesse contexto o verbo denota uma ação. 
Minha amiga virou gerente – Aqui a ideia se refere a tornar-se – representando, portanto, um estado de ser do sujeito – de ligação.

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