segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Vocativo – Uma questão de vírgula


Tendo em vista os conhecimentos que temos da gramática, sabemos que há os termos acessórios da oração, os integrantes dela, como também os considerados essenciais a ela. Assim, dadas tais ocorrências, uma pergunta paira no ar: em quais desses “compartimentos”, digamos assim... gramaticais estaria localizado  o vocativo?

Triste resposta: em nenhum deles. Dessa forma, você deve estar se preguntando acerca do valor que se atribui a esse termo, ou seja, notável ou desprezível? 
Saiba que que mesmo não fazendo parte da estrutura sintática da oração, trata-se de uma forma linguística de grande utilidade na construção do nosso discurso, sobretudo no que tange aos aspectos estilísticos que desejamos conferir às mensagens que produzimos. No entanto, há um aspecto que nele imprimimos, no sentido de que esse discurso seja manifestado a contento, isto é, de forma satisfatória: o uso da vírgula – manifestando-se como a marca registrada deste nobre fato gramatical. E é justamente essa a ideia principal do artigo em pauta – elucidar acerca da falta do sinal de pontuação, o que configura uma inabilidade linguística.     
Assim, constatemos alguns caos, de modo a compreendermos melhor:

Beijo querida.
Olá Paulo.
Pedestre cuidado ao atravessar a rua.
Minha querida acorda.
Ao analisarmos tais enunciados, constatamos que se trata de afirmações, mesmo que destituídas de sentido, com exceção da última. Partindo desse pressuposto, faz-se oportuno darmos ao vocativo a vírgula de que ele tanto necessita, haja vista que a ideia nele impressa é a de fazer um chamamento, realizar uma invocação.  Diante de tal requisito, não é preciso irmos muito além para detectarmos a “grande” falha em boa parte das situações comunicativas que existem espalhadas por aí, seja por meio de panfletos, propagandas televisivas, outdoors, placas de advertência, enfim.
Mediante tal constatação, não deixemos que isso faça parte de nosso posicionamento enquanto usuários do sistema linguístico, a começar retificando os exemplos que nos serviram de embasamento, ora revelados como:
Beijo, querida.
Olá, Paulo. (aqui se trata de uma saudação, comumente utilizada em distintas circunstâncias comunicativas)
Pedestre, cuidado ao atravessar a rua.
Minha querida,  acorda.

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